Certo dia toca o telefone do gaguinho às três da manhã e ele atende:
— A... A... A-lô!
— Fala, gaguinho! Beleza?
— Be... be... be... belê... le-lezzzza! E vo-vo-vo-vo... c-cê?
— Deixa pra lá... É o seguinte! Tô ligando essa hora pra te pedir um favor.
— É que a mãe do Nélio, o teu vizinho do lado, faleceu... Queria que você fosse até a casa dele e desse a notícia. Você faz isso?
— Eu vo-vo-vo-vou te-te-tentar! — e desligou o telefone.
O gaguinho ficou todo nervoso com a missão (Imaginem um gago nervoso!) e foi tocar a campainha da casa do Nélio.
Depois de algumas tentativas ele atendeu, sonolento.
— O que foi, Gaguinho? O que você quer essa hora?
— É que eu te-te-te-te-tenho uma no-no-no-no-ti-ti-ti-ti-ciaa pra te-te-te-te...
— Fala logo, Gaguinho!
— Eu não co-co-co-co-consi-sigo, po-po-po-po-pô!
Vendo o nervosismo do gaguinho somado com sua dificuldade natural de falar o Nélio resolveu facilitar as coisas:
— Faz o seguinte: dizem que gago não gagueja quando tá cantando, né? Então diz cantando!
— Ta-ta-ta-tá bom... É o se-se-se-se-guinte...
— Vai, gaguinho!
— Olê-lê! Olá-lá! Sua mãe morreu, amanhã vão enterrar!
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
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